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domingo, 31 de outubro de 2010

Já fui poeta de amores perdidos

Já fui poeta de amores perdidos
Escrevia então cartas vazias
Cartas em que o meu coração cheio
Tentava escrever o que sentia

Mas o coração de cheio que estava
Passava o tempo a bombear
E quanto mais queria menos falava
Dizia palavras sem falar

Depois de bombear muito
E se sentir esmagado
Está mais calmo agora
Mesmo sem estar esvaziado

Agora isolo-me dele
Lembro-me do que foi
Escrevo bem o que ele não sente
E o que já não lhe dói

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