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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Medo do escuro


Tenho medo do escuro
Tenho medo de não ver
Andar a apalpar, inseguro
Esvaziar-me sem querer

Estou numa sala rodeado de ar
Ar que a luz não penetra
Observo o quarto escuro
Mas não vejo mais que a porta aberta

Está aberta mas nada se vê
Apara além da dobradiça
A luz chega mas não volta
Até parece ter preguiça…

Estou nesta sala de estar
De uma só porta e sem janelas
Sem telhado, sem luar
Sob a luz apagada das estrelas

A luz dos candeeiros pendurados
Que não se sabe de onde vem
Chega a porta do quarto
E nem a porta se vê bem

Vou caminhando para lá
Sempre com medo de entrar
Não com medo do que lá está
Mas do que possa lá não estar

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